No post de 12/01/2013, foi mencionado um estudo realizado na Suíça. Seguem algumas informações.
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Original publicado em 28/03/2012.
Há muito tempo se considera a esquizofrenia como uma doença
hereditária.
No entanto, os pesquisadores nunca conseguiram identificar
aquele que poderia ser chamado o “gene da esquizofrenia”, o principal
desencadeador da doença.
Boris Quednow e Georg Winterer, do Hospital Psiquiátrica deZurique (Suíça), resolveram então abordar a questão por um ângulo diferente.
Eles começaram a analisar a relação entre fatores ambientais
e fatores genéticos, na área da chamada epigenética, que tem mostrado, por
exemplo, que a herança não-genética pode ser mais frequente que a herança pelo
DNA.
Processamento auditivo
Quednow e seus colegas fixaram como alvo um gene específico,
chamado TCF4 (Fator de Transcrição 4), uma proteína importante no
desenvolvimento inicial do cérebro.
Outras pesquisas sugerem que o TCF4 atua sobre a capacidade
de processamento cerebral, sendo um fator de risco para o desenvolvimento da
esquizofrenia.
Usando eletroencefalografia, os cientistas estudaram o
processamento de sinais acústicos - uma série de cliques regulares - por 1.821
voluntários.
Quando uma pessoa saudável processa um estímulo qualquer -
como os cliques pelo sistema auditivo - ela suprime o processamento de outros
estímulos que são irrelevantes para a tarefa.
Pacientes com esquizofrenia apresentam deficiências nessa
filtragem de estímulos irrelevantes, o que provavelmente faz com seus cérebros
sejam inundados com excesso de informações.
Tabagismo e esquizofrenia
A hipótese os pesquisadores é que é possível associar os
graus de eficiência nessa filtragem de informações com genes específicos.
Entre os voluntários, foram identificados 21 casos de
pessoas que possuem a mutação TCF4, que aumentaria seu risco de desenvolver a
esquizofrenia.
Entra em cena então o tabagismo.
Como a maioria dos esquizofrênicos fuma, os cientistas
resolveram dar atenção especial a esse comportamento.
O resultado não se fez esperar.
As pessoas fumantes que possuem o gene de risco apresentaram
a menor capacidade de filtragem dos sinais auditivos, levando à conclusão de
que eles estão mais sujeitos à chamada “inundação de informações” no cérebro,
característica da esquizofrenia.
A intensidade do efeito é diretamente proporcional à
quantidade de cigarros que a pessoa fuma por dia.
Fumar reforça a atuação do gene
Fumar altera o impacto do gene TCF4 sobre a filtragem de
estímulos acústicos, explicou Quednow, ressaltando a importância da interação
gene-ambiente.
Desta forma, fumar também pode aumentar o impacto de genes
específicos sobre o risco de desenvolver esquizofrenia, concluiu o pesquisador.
A pesquisa vem reforçar a linha de argumentação de que a
esquizofrenia é causada por uma combinação de fatores genéticos e fatores
ambientais.
Fonte: brasilsus.com.br
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